MINHA HOMENAGEM AO PIVA. "Só acredito em poeta experimental que tenha vida experimental".


Fiquei muito triste em saber da notícia, através do amigo poeta Ivan Antunes do falecimento deste mestre, guru, gênio e performer da poesia marginal e surreal. Importante é que o mestre Roberto Piva buscou seus valores, referências, lutas, e mostrou sua arte nas palavras, no rock, nas nas poesias metafísicas de William Blake, Dante Alighieri, onde aprofundou-se nos estudos da Divina Comédia com uma tese, dos poetas expressionistas alemães Gottfried Benn e Georg Trakl, Rimbaud, Lautréamont, na poesia beat de Ginsberg, Gregory Corso, Lawrence Ferllinghetti, Burroughs, "On the road", de Kerouac, no surrealismo de André Breton, Jean-Paul Sartre, Antonin Artaud, Pier Paolo Pasolini, René Crevel, entre outros.
Com esta perda, lembrei-me que no ano passado liguei para ele convidando para estar na Biblioteca Comunitária Waldir de Souza de Lima em Itu, ele disse que veria só marcarmos um dia, só que não poderia estar naquele mês, pois tinha compromissos. A perda de um mestre que admiro pela sua poesia, pensamento e filosofia, não tive a portunidade de conhecê-lo, mas escutei sua voz pelo telefone, onde vai ficar marcado pelo resto de minha vida. Agora vou ainda mais apreciar suas nostálgicas e imortais poesias.
Segue abaixo uma das suas poesias, no único livro que tenho do amigo eterno Roberto Piva, que ganhei do meu amigo Deustede do sebo Mobile, foi aí no final dos anos 90 que conhecia a magia das palavras deste beatnik brasileiro, e depois dei de presente ao Rodrigo Armênio, mas me deu de volta, pois saiba que gostava muito deste poeta. Assisti alguns documentários sobre sua carreira e reportagens, lembro do quadro do The Doors na sua sala, bem Sexo, poesia e Rock in Roll. Logo vou fazer uma materia sobre ele.
Salve! Salve!
Que a natureza seja o verdadeiro significado das coisas para a sua vida eternamente.
Adeus Meu Grande Amigo Piva.

A felicidade não esta em fazer o que a gente quer e sim em querer o que a gente faz.
(Jean Paul Sartre)

Paulo Ernesto A. Rodrigues



"Não vale
sair
com asas
onde
o cra cra cra cra cra cra cra
cra cra cra cra cra cra
se amassava
nas
velas apagadas
quem
quer
o telhado
de lágrimas?
beberei veneno
contra
teu temperamento
alegria que se
espera
raio X de gente que
desce do alto
porta acesa
olhar inchado no escuro
Signorine, la danza della Morte è servita
algumas ficaram
LOUCAS" (Piazzas, 1964) -Roberto Piva (1937-2010)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dossiê 11: A arte e a vida de Paulo Bruscky na poesia visual e no experimentalismo.

Fotomontagens de Jorge de Lima a ilustre vanguarda